Luto! Morre aos 89 anos Lauro de Moraes Filho, ex-presidente da Ponte Preta

Lauro morreu de causas naturais em Campinas, sua cidade natal, deixando um legado de conquistas, paixão e dedicação ao clube.

Nascido em 18 de dezembro de 1935, Lauro ingressou na vida política e esportiva da Ponte Preta em 1965. Deixou um grande legado ao clube.

Ponte Preta - Lauro Moraes
Lauro Moraes: considerado maior presidente da Ponte Preta

Campinas, SP, 14 (AFI) – A Ponte Preta amanheceu de luto neste sábado (14). Faleceu, aos 89 anos (18/12/1935), o ex-presidente Lauro de Moraes Filho, figura histórica e considerada uma das maiores lideranças da história da Associação Atlética Ponte Preta.

Ele morreu de causas naturais em Campinas, sua cidade natal, deixando um legado de conquistas, paixão e dedicação ao clube. Por muitos ele é considerado ‘o maior presidente’ da história da Ponte Preta. Nos últimos tempos ele vinha evitando o o das pessoas, tanto que preferiu ser cremado no Memorial Hortolândia, no final da tarde, com a presença de poucos amigos e familiares.

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DEDICAÇÃO MÁXIMA

Nascido em 18 de dezembro de 1935, Lauro ingressou na vida política e esportiva da Ponte Preta em 1965, quando assumiu a presidência do Conselho Deliberativo. A partir dali, ocupou cargos importantes na diretoria executiva, até ser eleito presidente do clube em três oportunidades: 1976-1979, 1982-1983 e 1988-1991.

Sob seu comando, a Ponte Preta viveu momentos marcantes. Entre os destaques, estão os vice-campeonatos paulistas de 1977 e 1979, além do o à elite estadual em 1989. Também foi durante sua primeira gestão que a Macaca conquistou um honroso 6º lugar no Campeonato Brasileiro de 1976, em um torneio com 54 equipes.

FINAL HISTÓRICA DE 1977

A final paulista de 1977 foi histórica, porque foi contra o Corinthians, que vinha de um jejum de 23 anos sem título. Havia na época uma verdadeira comoção social, com participação esportiva e política.

Os três jogos foram disputados no Morumbi. O Corinthians venceu o primeiro jogo por 1 a 0, com gol de Palhinha. Mas a Ponte Preta venceu o segundo confronto por 2 a 1, com gols de Dicá e Rui Rei. Neste jogo houve o recorde de público no estádio do São Paulo: 142 mil torcedores.

O terceiro jogo foi vencido pelo Corinthians, por 1 a 0, num jogo em que a Ponte Preta jogou com um jogador a menos praticamente durante todo o jogo. Isso porque o centroavante Rui Rei foi expulso pelo árbitro Dulcídio Vanderlei Boschillia aos 13 minutos por reclamações.

O gol histórico corintiano foi marcado por Basílio, aos 37 minutos do segundo tempo. Este título interrompeu um jejum de 22 anos, oito meses e sete dias sem título do time da capital.

FIGURA HISTÓRICA

Dr. Lauro, como era conhecido, foi peça-chave na consolidação da estrutura física e institucional da Ponte Preta. Sob sua liderança, foi finalizada a compra do terreno da Expansão Paineiras – hoje chamado de Complexo Esportivo Dr. Lauro de Moraes Filho – e viabilizada a aquisição do terreno da Cidade Pontepretana, no Jardim Eulina, onde está atualmente o Centro de Treinamento alvinegro.

A unidade chegou a abrigar mais de 10 mil associados, consolidando-se como um dos principais patrimônios sociais do clube.

Bacharel em Direito, empresário e atuante na política campineira, Lauro também teve agem pela Liga Campineira de Futebol e pela Comissão Central de Esportes de Campinas, chegando a presidir ambas. Além disso, foi candidato a deputado estadual e a vice-prefeito da cidade.

Mesmo com idade avançada e saúde fragilizada, manteve participação ativa na política interna da Ponte Preta. Nas eleições mais recentes, compareceu presencialmente para votar e se manifestar contra o grupo que havia comandado o clube por mais de uma década — gestão que ele criticava por má condução istrativa. Foi um dos apoiadores da chapa liderada pelo atual presidente, Marco Antonio Eberlin.

LEGADO ETERNO

A trajetória de Lauro de Moraes Filho na Ponte Preta vai além dos títulos ou da política. Foi um verdadeiro guardião da história pontepretana, responsável por resgatar o orgulho do torcedor alvinegro em momentos difíceis e conduzir o clube a grandes feitos.

Na memória dos torcedores e nas estruturas que ajudou a construir, seu nome permanece vivo. Foram mais de seis décadas de dedicação ininterrupta à Macaca – um exemplo de amor incondicional a um clube e à sua comunidade.

A Ponte Preta perde mais do que um ex-presidente: perde um símbolo, um líder, um torcedor apaixonado. Descanse em paz, Dr. Lauro. Seu nome está eternamente gravado na história da Macaca.

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